Dinheiro é um tema que, para muitos, ainda é envolto em silêncio, desconforto e até vergonha. Desde pequenos, crescemos ouvindo que não é educado falar sobre dinheiro, que discutir finanças é algo íntimo demais para ser exposto. Entretanto, esse tabu, mantido por gerações, pode ser uma das maiores barreiras para o nosso crescimento financeiro e pessoal.

Neste artigo, vamos explorar as raízes desse tabu e, sobretudo, como podemos, coletivamente, começar a desconstruir essas crenças limitantes. Além disso, discutiremos a importância da comunicação não violenta, a psicologia do dinheiro e como as crenças coletivas e familiares moldam nossa relação com as finanças. Então, vamos juntas quebrar o silêncio e abrir espaço para conversas transformadoras!

O Tabu de falar sobre dinheiro

Por que é tão difícil falar sobre dinheiro? Essa é uma pergunta que muitas de nós já nos fizemos. Em grande parte, isso se deve às crenças que herdamos de nossas famílias e da sociedade. Desde cedo, somos ensinadas a não discutir assuntos financeiros em público, a não revelar quanto ganhamos ou a não compartilhar nossas dificuldades financeiras. Esse silêncio, porém, não nos protege — ele nos isola.

Comunicação Não Violenta: A Chave para diálogos saudáveis

A comunicação não violenta (CNV) é uma abordagem que pode nos ajudar a romper com esse tabu. Desenvolvida por Marshall Rosenberg, a CNV nos ensina a expressar nossos sentimentos e necessidades de forma honesta e respeitosa, sem julgar ou culpar o outro.

Quando aplicamos a CNV em conversas sobre dinheiro, podemos, então, abrir espaço para um diálogo mais sincero e produtivo. Em vez de evitar o assunto ou abordá-lo de forma defensiva, podemos começar a falar sobre nossas preocupações financeiras de uma maneira que promova a compreensão e o apoio mútuo.

Exemplos de Comunicação Não Violenta sobre dinheiro:

  • Em vez de: “Você nunca me ajuda com as contas!”
  • Experimente: “Eu me sinto sobrecarregada quando penso em todas as contas. Eu gostaria que pudéssemos encontrar uma maneira de dividir melhor as despesas.”
  • Em vez de: “Você gasta muito dinheiro com coisas desnecessárias.”
  • Experimente: “Eu me sinto ansiosa com o nosso orçamento e gostaria de discutir como podemos gerenciar melhor nossas despesas.”

Essas abordagens não apenas ajudam a quebrar o tabu de falar sobre dinheiro, mas também fortalecem as relações, construindo um ambiente de confiança e cooperação.

Psicologia do Dinheiro: O que está por trás do tabu?

A psicologia do dinheiro nos oferece uma lente poderosa para entender por que falar sobre finanças pode ser tão desconfortável. Nossas crenças sobre dinheiro não surgem do nada; elas são moldadas por nossas experiências de vida, educação e, sobretudo, pelas mensagens que recebemos ao longo do tempo.

Sendo assim, muitas vezes, o tabu em torno do dinheiro está ligado a sentimentos de inadequação, vergonha ou medo.  Podemos ter medo de sermos julgadas por nossas escolhas financeiras, ou vergonha de admitir que estamos com dificuldades. Essas emoções são profundamente pessoais, mas também são influenciadas por padrões coletivos e familiares.

Crenças coletivas e familiares: A herança invisível

As crenças que herdamos de nossas famílias e da sociedade em geral desempenham um papel enorme na forma como lidamos com o dinheiro. Por exemplo, se crescemos em uma família onde o dinheiro era escasso e visto como fonte de estresse, podemos internalizar a crença de que dinheiro é algo perigoso ou difícil de conseguir.

Por outro lado, se fomos ensinadas a acreditar que falar sobre dinheiro é indelicado ou impróprio, podemos evitar o assunto mesmo quando é necessário discuti-lo. Essas crenças, muitas vezes inconscientes, podem nos levar a repetir padrões que não servem mais ao nosso crescimento.

Como identificar e reprogramar suas crenças limitantes:

  1. Autorreflexão: Pergunte-se: quais são as primeiras lembranças que tenho sobre dinheiro? Como minha família lidava com o dinheiro? Que mensagens eu recebi sobre riqueza e pobreza?
  2. Questionamento: Desafie essas crenças: “Isso é realmente verdade? Como essa crença me serve hoje? O que aconteceria se eu acreditasse em algo diferente?”
  3. Reprogramação: Substitua as crenças limitantes por afirmações positivas e realistas, como “Eu sou capaz de gerenciar bem meu dinheiro” ou “Falar sobre dinheiro é uma maneira saudável de cuidar das minhas finanças.”

Quebrando o tabu: A importância de falar sobre dinheiro

Quando começamos a falar abertamente sobre dinheiro, não só desmistificamos o assunto, mas também nos empoderamos. Abrir espaço para essas conversas nos permite compartilhar experiências, aprender umas com as outras e construir uma base financeira mais sólida.

Além disso, ao quebrar o tabu, ajudamos a criar uma nova cultura onde falar sobre dinheiro é visto como algo normal e necessário. Isso pode inspirar outras mulheres a fazer o mesmo, gerando um efeito cascata positivo em nossas comunidades.

Passos práticos para iniciar o diálogo

  1. Inicie a conversa: Comece a falar sobre dinheiro em círculos de confiança, como com amigos próximos ou familiares. Dessa forma, use a comunicação não violenta para expressar seus sentimentos e necessidades.
  2. Participe de grupos ou comunidades: Engaje-se em espaços onde o diálogo sobre finanças é incentivado e apoiado, como grupos de mentoria ou workshops.
  3. Eduque-se: Busque conhecimento sobre finanças pessoais, psicologia do dinheiro e comunicação não violenta. Afinal, quanto mais você souber, mais segura se sentirá para abordar esses temas.
  4. Pratique a vulnerabilidade: Permita-se ser vulnerável e compartilhar suas dificuldades financeiras. Isso pode abrir portas para que outras pessoas façam o mesmo.

Resumo

Falar sobre dinheiro não precisa ser um tabu. Quando começamos a abordar o tema com honestidade, empatia e conhecimento, transformamos não só nossas finanças, mas também nossas relações e nossa vida como um todo. Sendo assim, te convidamos a quebrar o silêncio, desafiar as crenças limitantes e construir uma nova forma de lidar com o dinheiro. Juntas, podemos criar um futuro onde o diálogo financeiro se torne uma ferramenta de empoderamento e crescimento para todas nós.

Leia também nosso post sobre Como a Psicologia do Dinheiro afeta suas decisões financeiras

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Empreendedora educacional, criadora de conteúdo digital, consultora e mentora executiva. Com experiências de atuação em Educação, Finanças e Administração com ênfase em Consultoria em Gestão Empresarial e de Pessoas, e em Coaching com ênfase em Desenvolvimento Humano e de Negócios. Apaixonada por livros, viagens, relações interpessoais, explorar culturas e lugares diferentes. Membro da ABEFIN, sócia executiva da marca DSOP® Educação Financeira, coautora do livro Soluções Financeiras, credenciada Sebrae RS e SC, conselheira de Núcleos Setoriais Empresariais CACB, e criadora do M6Ps® Método 6 Pilares.

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